Pular para o conteúdo principal

Professor de Economia aborda Mito da Caverna e as IFES no Brasil



Para ele, "a caverna das instituições federais de ensino superior (IFES) no Brasil é um conjunto de ideias ou pensamentos de esquerda fortemente estabelecidos"

 



Em novo texto, no Portal WSCOM, o professor Doutor Paulo Amilton, do Departamento de Economia da Universidade Federal da Paraíba, aborda a parábola da Caverna, de Platão. Em uma analogia, fala sobre a caverna das instituições federais de ensino superior (IFES) no Brasil.
Para ele, "a caverna das instituições federais de ensino superior (IFES) no Brasil é um conjunto de ideias ou pensamentos de esquerda fortemente estabelecidos. O Brasil vive preso a um conjunto de ideias de esquerda arcaico que finge defender os mais desassistidos, mas que na verdade está defendendo os próprios interesses. Ou seja, na aparência é defensora dos pobres, mas na essência é defensora de si mesmo".

Confira o texto na íntegra:

O mito da caverna aplicado as IFES


O mito da caverna, também chamada de parábola da caverna, é uma alegoria contida no livro A República escrito por Platão. É uma das passagens mais clássicas da história da filosofia. É uma metáfora que consiste em explicar filosoficamente o aprisionamento na ignorância em que vivem os seres humanos.
Em que consiste a alegoria? No interior de uma caverna vivem indivíduos que nasceram e cresceram em seu interior e, por estarem aprisionados por correntes, nunca dela saíram. Eles estão posicionados de costas para a entrada da caverna. A fonte de informação para esses indivíduos é o reflexo que a luz da fogueira existente e cuja penumbra se projeta em uma parede que fica em frente aos mesmos. A caverna não tem iluminação suficiente para que os indivíduos se veem a si mesmos e aos outros.
Fora da caverna existem homens e outros seres viventes. No entanto, os seres da caverna não podem vê-los diretamente, apenas pelo reflexo que os mesmos projetam na parede da caverna. Os viventes fora da caverna também emitem sons que os habitantes da caverna associam as sombras projetadas na parede da caverna. Deste modo, os habitantes da caverna julgam que essas sombras sejam a realidade.
De uma forma não explicada, um dos habitantes da caverna consegue fugir para fora dela. Estando fora, sente o incomodo da presença da luz do sol, que incide sobre seus olhos e pode cegá-lo. Enfrentando o incomodo, o fugitivo passa a olhar tudo que existe fora da caverna e, por conta disto, obtém um novo conhecimento e, com base nele, percebe uma nova realidade. Deduz que a realidade que tinha anteriormente não era a essência das coisas, mas apenas uma aparência.
Este voltando a caverna se vê diante de um dilema, que é dizer aos habitantes da caverna que a realidade que eles acreditam é apenas aparente. Além dos mais, que eles para verem a nova realidade devem enfrentar o incomodo da adaptação à luz do sol e da possibilidade de a mesma cegá-los. Por conta disto, teme ser hostilizado por levar perigo aos habitantes da caverna e de revelar uma verdade que se confrontava com a verdade anteriormente estabelecida. Ou seja, viver nas aparências poderia ser melhor do que enfrentar a essência da realidade. Conclusão, o mito trata da noção de essência e da aparência.
Transpondo isto para os tempos atuais. A caverna das instituições federais de ensino superior (IFES) no Brasil é um conjunto de ideias ou pensamentos de esquerda fortemente estabelecidos. Me atrevo a afirmar que o Brasil vive preso a um conjunto de ideias de esquerda arcaico que finge defender os mais desassistidos, mas que na verdade está defendendo os próprios interesses. Ou seja, na aparência é defensora dos pobres, mas na essência é defensora de si mesmo.

Não é à toa que vivemos a era onde predomina a pós-verdade. Nesta era o que importa é a versão favorável, de acordo com a ideologia majoritariamente aceita, dos fatos e não os fatos em si. Quem se atrever a tentar mostra uma realidade diferente, que não precisa ser necessariamente de direita, mas uma visão de uma esquerda que não seja inimiga da aritmética, é execrado. Se tiver baseado em alguma estatística, no mínimo vão chamá-lo de neoliberal, coxinha e inimigo dos pobres. O que esses esperaram é não enfrentar violência física.
Uma universidade deveria ser o ambiente de exposição das ideias. Usando Hegel, o ambiente em que as teses e antíteses fossem expostas para a síntese surgir. Mas não, a síntese já está colocada e não precisa ser debatida, dado que a esquerda é por definição certa e honesta. A única e legitima defensora dos menos assistidos. Os que fogem da caverna e veem outra realidade são apenas fugitivos mal informados e que têm interesses escusos.
Talvez esta seja a próxima reforma que devemos propor. 



fonte:
Professor de Economia aborda Mito da Caverna e as IFES no Brasil - Paraíba - Notícias - WSCOM Online

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Wokismo": uma religião universitária?

    Jean Marcel Carvalho França* É popular, e há séculos repetida com orgulho pelos seus membros, a história de que as universidades emergiram na paisagem urbana europeia, entre os séculos XI e XIV, como um espaço de liberdade e mesmo de rebeldia, um espaço em que se podia estudar, refletir e ensinar com uma certa flexibilidade, distante da rigidez e do dogmatismo do ambiente monástico, onde o conhecimento era majoritariamente produzido. O mundo, no entanto, é mudança, e quase nunca para as bandas que esperamos. A mesma instituição que surgiu sobre a égide da crítica e que, depois do iluminismo, se consolidou como o lugar do livre pensar e do combate ao tal obscurantismo, sobretudo o religioso, pariu recentemente, entre o ocaso do século XX e as décadas iniciais do XXI, uma religião tão ou mais dogmática do que aquelas que dizia combater: a religião woke . Para os interessados em conhecer mais detalhadamente a história e os dogmas desse discurso de fé que cobra contrição mas não prome

Pessoas que têm um senso de unicidade são mais felizes

Redação do Diário da Saúde As religiões têm um "ingrediente secreto" que faz pessoas felizes, mas um senso de conexão com a natureza e todos os demais seres vivos parece ter um papel ainda mais importante. [Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay] Unicidade As pessoas que acreditam na unicidade - a ideia de que tudo no mundo está conectado e é interdependente - têm maior satisfação com a vida do que aquelas que não acreditam nessa totalidade imanente, independentemente de pertencerem a uma religião ou não. "O sentimento de estar em harmonia com um princípio divino, a vida, o mundo, outras pessoas ou mesmo atividades, tem sido discutido em várias tradições religiosas, como também em uma ampla variedade de pesquisas científicas de diferentes disciplinas. Os resultados deste estudo revelam um significativo efeito positivo das crenças unicistas sobre a satisfação com a vida, mesmo descontando as [diferenças das] crenças religiosas," disse La

Missa na UFRJ