Pular para o conteúdo principal

Chalita fora da pasta da Ciência e Tecnologia “por ser muito religioso”



Gabriel ChalitaAté meados desta semana, o nome de Gabriel Chalita parecia certo para o Ministério da Ciência e Tecnologia. A Folha de S. Paulo informa, no entanto, que “interlocutores presidenciais acentuaram críticas de que o peemedebista, por ser muito religioso, misturaria os conceitos de ciência e fé à frente da pasta”.
Antes de qualquer coisa: este blog não morre de amores por Chalita. Em 2010, quando o amigo de Fábio de Melo deu apoio político à hoje senadora Marta Suplicy, e à hoje presidente Dilma Rousseff, fomos um dos muitos sítios católicos a dizer não à baixaria. Afinal, onde estavam escondidos os valores cristãos, dos quais Chalita se dizia anunciador e praticante? Na cartilha abortista e revolucionária do PT é que não era. As ambições políticas falaram mais alto que a verdade, foi o que aconteceu.
Agora, alegar que Chalita não seria bom para o Ministério da Ciência e Tecnologia, por ser “muito religioso”, só pode ser piada… Isto cheira a preconceito. E dos feios. Afinal, basta estudar um pouco de história da ciência para saber que o Pai da Genética foi um monge católico – e o Pai da Genética Moderna, um médico às portas da beatificação -, que a teoria do big bang surgiu da mente de um padre, e que mais de 30 crateras da Lua têm nomes de sacerdotes jesuítasUma simples lista da Wikipédia seria suficiente para frear as bestas anticlericais e impedi-las de falar asneiras.
Ninguém aqui ousa comparar mentes tão brilhantes – católicas, apaixonadas por Deus e também pela ciência – a Gabriel Chalita. Só trazemos à luz estes exemplos para mostrar que a razão alegada para não ter Chalita cuidando da pasta de Ciência e Tecnologia é motivada por puro anticlericalismo. O jornalista Reinaldo Azevedo, que escreve sobre política, também chamou atenção para o fato. “Chalita pode não ser o mais indicado para a Ciência e Tecnologia, mas não porque é católico.”
Por último, gostaria de comentar duas coisas que chamam a atenção na reportagem da Folha.
Primeiro: os que querem Chalita fora do Ministério da Ciência e Tecnologia são “interlocutores presidenciais”. Vejam só…! Interlocutores da presidente que Chalita ajudou a eleger, quando tentou mostrar aos católicos uma Dilma “paz e amor”, contrária ao aborto, sobre quem pesavam acusações injustas – o que ele chamou de “boatarias” -, são os mesmos interlocutores que agora querem Chalita fora, justamente por ser “muito religioso”. O oportunismo dessa gente é de dar asco, mas quem quis se juntar à turba foi Chalita. Que, quando ele finalmente abrir os olhos, não seja muito tarde.
Segundo: a reportagem fala que Chalita teria “laços estreitos com alas mais tradicionalistas da Igreja Católica”.
Está certo. Para uma mídia cujas referências de ortodoxia são Frei Betto, Leonardo Boff ou coisa que os valha, o perfil carismático parece bem “reacionário”. Só que nem deste perfil Chalita é representante mais… Deixou de sê-lo, quando abandonou suas convicções para abraçar a causa do PT – o mesmo que, agora, no poder, acoima Chalita de “carola”.
* * *
Leia também: Quem nasceu pra Gabriel Chalita não chega a Francis Collins, no blog Tubo de Ensaio.



fonte:
Chalita fora da pasta da Ciência e Tecnologia “por ser muito religioso” « Ecclesia Una

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Wokismo": uma religião universitária?

    Jean Marcel Carvalho França* É popular, e há séculos repetida com orgulho pelos seus membros, a história de que as universidades emergiram na paisagem urbana europeia, entre os séculos XI e XIV, como um espaço de liberdade e mesmo de rebeldia, um espaço em que se podia estudar, refletir e ensinar com uma certa flexibilidade, distante da rigidez e do dogmatismo do ambiente monástico, onde o conhecimento era majoritariamente produzido. O mundo, no entanto, é mudança, e quase nunca para as bandas que esperamos. A mesma instituição que surgiu sobre a égide da crítica e que, depois do iluminismo, se consolidou como o lugar do livre pensar e do combate ao tal obscurantismo, sobretudo o religioso, pariu recentemente, entre o ocaso do século XX e as décadas iniciais do XXI, uma religião tão ou mais dogmática do que aquelas que dizia combater: a religião woke . Para os interessados em conhecer mais detalhadamente a história e os dogmas desse discurso de fé que cobra contrição mas não prome

Tiradentes foi mesmo um mártir?

  Martírio De Tiradentes – Aurélio de Figueiredo (1854-1916) (Domínio Público) Descubra ainda o porquê da imagem do inconfidente mineiro homenageado em 21 de abril ser semelhante às representações de Jesus Cristo Sim, Joaquim José da Silva Xavier, popularmente conhecido como Tiradentes, foi um mártir! De acordo com o dicionário Michaelis , a palavra mártir define “pessoa a quem foi infligida tortura e/ou pena de morte pela defesa obstinada da fé cristã”. Além disso, define ainda aquele “que sofreu pena de morte e/ou tortura decorrente de sua opinião ou crença”. Mas, ao contrário dos mártires mortos por não renunciarem sua fé em Deus, o ilustre confidente mineiro lutava por ideais políticos. Tiradentes desejava a independência de Minas Gerais. E mesmo não ocupando um altar, ele foi amplamente retratado de forma santificada, assim como Santo Estêvão, São Sebastião e outros mártires católicos. De acordo com historiadores, não existe nenhum retrato fiel de Tiradentes. Na verda

Missa na UFRJ